A Great Wall Motors (GWM), uma das maiores montadoras chinesas, está ampliando sua presença no Brasil com o lançamento de dois modelos que prometem impactar os segmentos de picapes médias e SUVs de grande porte: a GWM Poer P30 e o Haval H9. Anunciados durante o Festival Interlagos 2025, esses veículos chegam às concessionárias em setembro de 2025 com motorização exclusivamente a diesel, marcando a estreia dos primeiros modelos não eletrificados da GWM no país. Versões híbridas plug-in (PHEV) estão confirmadas, mas serão introduzidas posteriormente, possivelmente no final de 2025 ou início de 2026. Inicialmente importados da China, ambos os modelos passarão a ser produzidos localmente a partir de 2026 na fábrica de Iracemápolis, São Paulo, como parte de um investimento de R$ 10 bilhões da GWM no Brasil até 2032. Este texto explora as características, estratégias e impactos desses lançamentos no mercado brasileiro, com cerca de 1000 palavras.
A GWM tem se destacado globalmente por sua abordagem inovadora e adaptável, e no Brasil não é diferente. Desde a aquisição da fábrica de Iracemápolis, anteriormente operada pela Mercedes-Benz, em 2021, a montadora investiu R$ 4 bilhões iniciais, com mais R$ 6 bilhões planejados até 2032. Esse compromisso reflete a ambição da GWM de se tornar um player relevante no mercado automotivo brasileiro, desafiando marcas tradicionais como Toyota, Chevrolet e Ford. A escolha por lançar a Poer P30 e o Haval H9 inicialmente com motores a diesel atende à preferência do consumidor brasileiro, especialmente em regiões como Centro-Oeste, Nordeste e Sul, onde picapes e SUVs robustos são valorizados por sua durabilidade, torque e capacidade off-road.
A produção local, que começará com o SUV híbrido Haval H6 em julho de 2025, seguido pela Poer P30 e Haval H9 em 2026, permitirá à GWM reduzir custos de importação e oferecer preços mais competitivos, alinhando-se às exigências do Proconve L8, que regula emissões. A empresa também está expandindo sua rede de concessionárias, com meta de 80 pontos de venda até o final de 2026, focando em áreas com alta demanda por veículos diesel. Para conquistar a confiança do consumidor brasileiro, ainda cético em relação às marcas chinesas, a GWM oferece garantias de até seis anos ou 200 mil km e assistência rodoviária gratuita por cinco anos. A introdução de versões híbridas plug-in no futuro reforça o compromisso da marca com a sustentabilidade, mas o foco inicial no diesel visa capturar o mercado tradicional de picapes e SUVs.
A GWM Poer P30 chega para competir no segmento de picapes médias, dominado pela Toyota Hilux, que vendeu mais de 50 mil unidades em 2024, segundo a Fenabrave. Com 5,41 metros de comprimento, 1,93 m de largura, 1,88 m de altura e 3,23 m de entre-eixos, a Poer é maior que a Hilux (5,32 m de comprimento e 3,08 m de entre-eixos), oferecendo uma presença robusta. Sua caçamba suporta até 1.050 kg, e a altura livre do solo de 22,7 cm garante desempenho off-road. A picape utiliza uma plataforma com carroceria sobre chassi de longarina, tração 4×4 com eixo cardã e diferenciais blocantes dianteiro e traseiro, seguindo a receita clássica do segmento.
Na fase inicial de lançamento, em setembro de 2025, a Poer P30 será oferecida exclusivamente com um motor 2.4 turbodiesel de quatro cilindros, acoplado a um câmbio automático de nove marchas com conversor de torque. Na China, esse propulsor entrega 184 cv e 48,9 kgfm, mas a GWM promete ajustes para o Brasil, possivelmente superando os 200 cv para competir com rivais como Ford Ranger, Chevrolet S10 e Nissan Frontier. Uma versão híbrida plug-in, com motor 2.0 turbo a gasolina, dois motores elétricos (totalizando 408 cv e 76,5 kgfm) e bateria de 37,1 kWh com até 100 km de autonomia elétrica, está confirmada, mas chegará apenas em uma segunda fase, após o lançamento inicial.
A Poer P30 se destaca pela tecnologia embarcada, incluindo uma central multimídia de 15 polegadas com comandos de voz por inteligência artificial, quadro de instrumentos digital e sistemas avançados de assistência ao motorista (ADAS), como frenagem autônoma de emergência, controle de cruzeiro adaptativo e assistente de permanência em faixa. Com preços estimados entre R$ 270 mil e R$ 340 mil, a Poer P30 se posiciona na mesma faixa de suas concorrentes, oferecendo uma combinação de robustez, tecnologia e design moderno.
O Haval H9 é um SUV de grande porte com capacidade para sete passageiros, projetado para enfrentar o Toyota SW4, líder do segmento com cerca de 15 mil unidades vendidas em 2024. Com 5,07 metros de comprimento (incluindo o estepe traseiro), 1,98 m de largura, 1,93 m de altura e 2,85 m de entre-eixos, o H9 supera o SW4 em dimensões, garantindo mais espaço interno e conforto. Seu design quadrado, com faróis redondos e grade imponente, remete a modelos como o Land Rover Defender, conferindo um visual robusto e contemporâneo.
No lançamento em setembro de 2025, o H9 será equipado exclusivamente com o motor 2.4 turbodiesel, acoplado a um câmbio automático de nove marchas e tração 4×4 com diferenciais blocantes, ideal para uso off-road. Assim como na Poer, o motor entrega 184 cv e 48,9 kgfm na China, com ajustes esperados para o Brasil. A versão híbrida plug-in, com o mesmo conjunto de 408 cv e 76,5 kgfm da Poer, está planejada para uma fase posterior, reforçando a versatilidade do modelo. O interior do H9 é luxuoso, com revestimentos de couro, teto solar panorâmico, painel de instrumentos digital de 10,2 polegadas e central multimídia de 14,6 a 15 polegadas, dependendo da versão. Sistemas de segurança como frenagem autônoma, reconhecimento de sinais de trânsito e alerta de colisão traseira completam o pacote.
Com preços estimados entre R$ 350 mil e R$ 400 mil, o Haval H9 se posiciona como uma alternativa premium ao SW4, Chevrolet Trailblazer e Mitsubishi Pajero Sport, apostando em espaço, tecnologia e capacidade off-road para atrair consumidores.
O lançamento da GWM Poer P30 e do Haval H9, inicialmente com motorização a diesel, é um movimento estratégico para conquistar o mercado brasileiro, especialmente em regiões onde esses veículos são amplamente utilizados. A decisão de postergar as versões híbridas plug-in reflete a prioridade da GWM em atender à demanda imediata por motores diesel, enquanto prepara o terreno para opções mais sustentáveis em um futuro próximo. A produção local a partir de 2026 permitirá preços mais competitivos e maior escalabilidade, fortalecendo a posição da GWM frente a marcas tradicionais.
Os investimentos da GWM também têm impacto econômico significativo, com a criação de 800 empregos diretos até o final de 2025 e projeções de 2 mil até 2032. A fábrica de Iracemápolis, com capacidade inicial de 50 mil unidades por ano (expansível para 100 mil), posiciona o Brasil como um hub de exportação para a América Latina. Apesar dos desafios, como superar a desconfiança em relação às marcas chinesas, o sucesso do Tank 300, que esgotou 1.000 unidades em seis dias, sugere que a GWM está no caminho certo.
Com a Poer P30 e o Haval H9, a GWM combina robustez, tecnologia e uma estratégia de longo prazo para conquistar o mercado brasileiro. A introdução futura das versões híbridas reforçará sua competitividade, alinhando-se às tendências globais de sustentabilidade. Esses lançamentos, iniciados em setembro de 2025, marcam o início de uma nova era para a GWM no Brasil, desafiando gigantes do setor e oferecendo opções inovadoras aos consumidores.
Imagem: Haval H9 e GWM Poer lado a lado. Arte/Blogolandia.
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