Com um investimento robusto de R$ 2,8 bilhões no Brasil, a Nissan está determinada a deixar sua marca no mercado automotivo nacional até 2026. A montadora japonesa, conhecida por modelos como o Kicks e a Frontier, anunciou um ambicioso plano global de lançar 30 novos veículos até o fim da próxima temporada fiscal, sendo 16 deles eletrificados. No Brasil, esse plano já tem contornos definidos, com uma série de novidades que prometem agitar o segmento de SUVs, picapes e sedãs. A meta é clara: dobrar sua participação de mercado, saindo dos atuais 3,4% para 7%. Confira, em detalhes, os carros que estão a caminho e o que eles trazem de novo para os consumidores brasileiros.
O Nissan Kicks, um dos SUVs compactos mais vendidos do Brasil, ganhará uma segunda geração em 2025, com produção confirmada para a fábrica de Resende, no Rio de Janeiro, a partir do segundo semestre. Apresentado inicialmente em mercados como México e Estados Unidos, o novo Kicks chega com visual mais imponente, tamanho ampliado e tecnologia renovada. Sob o capô, a grande novidade é o motor 1.0 turbo flex, que deve entregar algo em torno de 120 a 125 cavalos, compartilhando a base com o Renault Kardian – uma parceria técnica fruto da aliança Renault-Nissan.
Mas a Nissan não vai abandonar os fãs da primeira geração. A estratégia é manter o Kicks atual no mercado como “Kicks Play”, uma versão de entrada mais acessível, enquanto o novo modelo sobe de patamar para brigar com rivais como Honda HR-V e Volkswagen T-Cross. O interior também promete evoluir, com uma central multimídia maior e mais conectividade, além de itens de segurança como frenagem autônoma e alerta de ponto cego em todas as versões. Será o carro-chefe da marca para consolidar sua posição no segmento mais disputado do país.
Imagem: novo Kicks americano. Divulgação/Nissan
Outro destaque é o retorno do Nissan X-Trail ao Brasil, agora com a tecnologia híbrida e-Power, prevista para 2026. Esse SUV médio, que já fez história por aqui em gerações passadas, chega para enfrentar pesos-pesados como Jeep Compass e Toyota Corolla Cross Hybrid. O sistema e-Power é um diferencial: um motor a combustão (provavelmente um 1.5 turbo) funciona como gerador para alimentar motores elétricos, entregando cerca de 213 cavalos de potência e uma condução suave, típica dos elétricos, mas sem a necessidade de recarga externa.
Importado, possivelmente dos Estados Unidos, o X-Trail terá design alinhado à nova identidade visual da Nissan, com linhas agressivas e uma grade frontal marcante. O foco é o público que busca conforto, tecnologia e eficiência energética, com a promessa de um interior espaçoso e acabamento premium. A chegada desse modelo sinaliza a aposta da Nissan na eletrificação, um movimento que pode abrir portas para outros híbridos e elétricos no futuro.
Imagem: Nissan X-Trail atual japonês, o modelo que deve vir ao Brasil. Divulgação/Nissan
A Nissan também quer um pedaço do crescente mercado de SUVs subcompactos. Até 2026, a marca lançará um modelo inédito, menor que o Kicks, para competir diretamente com Fiat Pulse, Renault Kardian e Chevrolet Tracker. Flagrado em testes com a carroceria do Kicks atual, o novo SUV será produzido no Brasil, utilizando a plataforma RGMP – a mesma do Kicks e do Kardian –, o que reduz custos e facilita a nacionalização.
A motorização esperada é o 1.0 turbo flex, com cerca de 120 cavalos, aliado a um câmbio CVT ou manual, dependendo da versão. Com preço competitivo e foco em economia de combustível, o modelo deve atrair consumidores jovens e famílias pequenas que buscam um carro urbano e acessível. Ainda sem nome oficial, esse lançamento reforça a estratégia da Nissan de cobrir todas as faixas do segmento de SUVs, o mais quente do mercado brasileiro.
A picape Nissan Frontier não fica de fora dessa onda de novidades. Até 2026, a versão produzida na Argentina ganhará uma nova geração, já revelada em mercados como o México. Com chassi reforçado, design mais robusto e uma lista de equipamentos ampliada, a Frontier quer se firmar como uma das líderes entre as picapes médias, enfrentando Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger.
Entre as melhorias, espera-se uma suspensão recalibrada para maior conforto e capacidade off-road, além de um interior mais tecnológico, com tela multimídia de até 12 polegadas e sistemas avançados de assistência ao motorista. A motorização deve manter o confiável 2.3 turbodiesel (com opções de 160 ou 190 cavalos), mas há rumores de ajustes para maior eficiência. É a aposta da Nissan para o público rural e urbano que busca força e versatilidade.
Imagem: Nissan Frontier 2025. Divulgação/Nissan
Os sedãs ainda têm espaço no portfólio da Nissan. O Sentra, que voltou ao Brasil em 2023, ganhará uma nova geração até 2026, já vista em testes no país. Com linhas mais agressivas e a nova grade “V-Motion” da marca, o modelo pode adotar um motor 1.5 turbo de cerca de 190 cavalos, ou manter o 2.0 aspirado ajustado, dependendo da estratégia local. O objetivo é conquistar quem aprecia o conforto de um sedã médio, competindo com Toyota Corolla e Volkswagen Jetta.
Já o Versa, sedã compacto da marca, passará por uma reestilização até 2026, inspirada no modelo mexicano. A frente ganha nova grade e faróis redesenhados, mas a mecânica deve seguir com o 1.6 aspirado de 113 cavalos (com etanol) e câmbio CVT. É uma opção para quem busca custo-benefício e espaço interno, mirando rivais como Chevrolet Onix Plus e Hyundai HB20S.
Por fim, a Nissan trabalha em uma picape intermediária para competir com Fiat Toro e Ford Maverick. Sem nome definido, o modelo pode chegar até o fim de 2026 ou início de 2027, dependendo do cronograma. Baseada na plataforma RGMP, ela deve compartilhar componentes com o Kicks e o novo SUV subcompacto, possivelmente com um motor 1.5 turbo flex ou até uma variante híbrida leve. É uma aposta ousada para um segmento em crescimento, mas os detalhes ainda são escassos.
Com essa ofensiva de lançamentos, a Nissan não está apenas renovando seu portfólio – ela quer transformar sua imagem no Brasil. A combinação de produção local, modelos importados e tecnologias como o e-Power reflete uma visão ambiciosa, alinhada às demandas por eficiência, conectividade e sustentabilidade. Até 2026, o consumidor brasileiro terá muito o que explorar nas concessionárias da marca japonesa. Resta saber se a Nissan conseguirá, de fato, acelerar rumo aos 7% de mercado que almeja. O motor já está ligado, e a estrada está aberta.
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Política de Cookies
Quer deixar um comentário?