No dia 15 de abril de 2025, a fábrica da Nissan em Resende, no Rio de Janeiro, celebrou um marco histórico. Após meses de preparação e um investimento de R$ 2,8 bilhões, o primeiro exemplar da nova geração do Nissan Kicks 2026 deixou a linha de montagem, sinalizando o início de uma nova fase para a montadora japonesa no Brasil. O SUV compacto, um dos modelos mais populares do mercado nacional, chega completamente renovado, com design futurista, tecnologia avançada e um motor turbo flex com corrente de distribuição. A produção do Kicks 2026 reforça a confiança da Nissan na indústria automotiva brasileira, gerando empregos e consolidando Resende como um hub de exportação para a América Latina.
O Kicks 2026, conhecido internamente como Projeto P13C, é uma reformulação completa do modelo anterior. A fábrica de Resende, operacional desde 2014, passou por uma modernização significativa para produzir o novo SUV. Foram instalados 98 novos robôs, 29 veículos autoguiados (AGVs) para transporte de peças e criados 297 novos postos de trabalho na linha de montagem, dedicados a tarefas específicas de produção. A capacidade da planta foi ampliada para até 32 veículos por hora, um avanço em eficiência que reflete o foco da Nissan em inovação.
O investimento de R$ 2,8 bilhões também contempla a produção de um novo motor turbo flex e a preparação para um segundo SUV, previsto para março de 2026. A Nissan planeja exportar o Kicks Play reestilizado e o futuro SUV para mais de 20 países da América Latina, fortalecendo a posição de Resende como um polo estratégico da marca na região.
O Nissan Kicks 2026 chama atenção com seu design arrojado. Inspirado em tênis esportivos e capacetes de futebol americano, o SUV adota linhas quadradas e musculosas, abandonando as curvas suaves do modelo anterior. A dianteira exibe uma grade filetada integrada a faróis de LED, com luzes diurnas em formato de barras triplas. O capô elevado e a traseira com lanternas em “L” invertido, conectadas por uma barra preta, remetem ao esportivo Nissan Z.
O modelo cresceu em todas as dimensões: 4,37 metros de comprimento (+6 cm em relação ao Kicks Play), 1,80 metro de largura (+4 cm), 1,63 metro de altura (+2 cm) e entre-eixos de 2,66 metros (+4 cm). Isso resultou em um interior mais amplo, com porta-malas de 850 litros (padrão SAE, que mede até o teto), ante 674 litros da geração anterior (pelo método VDA, padrão no Brasil, seriam 544 litros e 432, respectivamente). A carroceria de dois tons, característica marcante do Kicks, foi mantida, reforçando seu apelo urbano.
O interior do Kicks 2026 eleva o padrão da categoria. O painel integra duas telas de 12,3 polegadas: uma para o quadro de instrumentos digital e outra para a central multimídia, compatível com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. O console central, desenvolvido para o Brasil, substitui a alavanca de câmbio por botões, conferindo um toque futurista. Bancos traseiros rebatíveis (60/40), ar-condicionado digital automático (a partir da versão Advance) e teto solar panorâmico (na Platinum) completam o pacote.
Na segurança, todas as versões (Sense, Advance, Exclusive e Platinum) oferecem seis airbags, controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência (sem detecção de pedestres ou ciclistas), controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa e sistema Isofix. Faróis de LED, vidros e travas elétricas, retrovisores com ajuste elétrico e direção elétrica são de série. A versão Platinum inclui alerta de ponto cego, câmera 360° e o sistema ProPILOT Assist, para condução semiautônoma em condições específicas.
O Kicks 2026 abandona o motor 1.6 aspirado do Kicks Play e adota o inédito motor 1.0 turbo flex de três cilindros, chamado HR10DDT na Nissan e H5DT (ou 1.0 TCe) no Renault Kardian, com o qual compartilha cerca de 70% dos componentes. Tem quem torça o nariz para motor 3 cilindros turbo, mas este motor, pelo menos, não traz correia banhada a óleo. Pelo contrário, ele usa corrente de distribuição, mais durável que a correia dentada e isenta de trocas periódicas, reduzindo custos de manutenção. No Kardian, ele entrega 125 cv (etanol) e 120 cv (gasolina), com torque de 22,4 kgfm e 20,4 kgfm, respectivamente. No Kicks, a calibração deve manter números similares, otimizados para desempenho e eficiência.
Diferentemente do Kardian, que usa câmbio automatizado de dupla embreagem (DCT) de seis marchas, o Kicks 2026 também adota um câmbio mais tradicional, com boa fama no mercado, o CVT, escolha que reflete a preferência da Nissan por essa transmissão em sua linha brasileira. A suspensão (McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira) foi ajustada para as condições das estradas do país, e a estrutura do monobloco ganhou mais pontos de solda, aumentando a rigidez torcional.
Ou seja, a Nissan optou por um conjunto mecânico mais conservador, dentro das possibilidades. Inovou no 3 cilindros turbo, mas não adotou corrente banhada a óleo nem câmbio de dupla embreagem, o que promete agradar boa parte do mercado.
O Kicks 2026 será oferecido em quatro versões, com preços estimados entre R$ 150 mil e R$ 180 mil. Ele coexistirá com o Kicks Play, que continuará como opção de entrada (R$ 115 mil a R$ 150 mil), atendendo diferentes perfis de consumidores. O modelo compete com Volkswagen T-Cross, Hyundai Creta, Chevrolet Tracker e até o Jeep Compass, já que seu porte maior o aproxima de SUVs médios. A Nissan aposta no design, na tecnologia e na produção local para se destacar.
A produção do Kicks 2026 gerou cerca de 400 empregos diretos em Resende, com a fábrica operando em dois turnos, incluindo os 297 novos postos de trabalho na linha de montagem, mencionados anteriormente, que referem-se a posições específicas criadas para a produção do SUV, como operadores de máquinas e inspetores de qualidade. Mais de 100 funcionários receberam treinamento no Japão, México, Inglaterra e Estados Unidos, garantindo padrões globais. A modernização da planta também beneficia fornecedores regionais, fortalecendo a cadeia automotiva nacional.
As exportações são outro destaque. Além do Kicks Play reestilizado, o futuro SUV será enviado para mercados como México e Argentina, consolidando o Brasil como polo industrial da Nissan na América Latina.
O primeiro Nissan Kicks 2026 a sair da linha de montagem em Resende traz a missão de repetir o êxito da geração anterior, bem aceita no mercado desde seu lançamento, em 2016. Com design marcante, tecnologia avançada e um motor turbo flex com corrente de distribuição, o SUV parece pronto para manter o sucesso do antecessor, que vendeu mais de 87 mil unidades em 2024. Sua chegada às concessionárias, prevista para junho de 2025, promete agitar o mercado e redefinir o segmento de SUVs compactos. Enquanto isso, Resende celebra seu papel como centro de inovação automotiva japonesa no Brasil.
Imagens: divulgação/Nissan
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