No coração do Brasil, onde o asfalto cede espaço às estradas de terra e o suor do trabalho rural se mistura ao trânsito das cidades, a Fiat Strada reina absoluta. Com 4,48 metros de comprimento e um preço que começa em R$ 105.990 na versão Endurance 2025, ela é mais do que uma picape: é um símbolo de versatilidade, carregando desde sacas de café até famílias inteiras. Em 2024, quase 145 mil unidades foram emplacadas, um número que faz concorrentes tremerem. Mas, em um mercado automotivo que não para de girar, quem tem fôlego — e bolso — para destronar essa soberana das compactas?
Na faixa dos 4,20 m a 4,60 m, onde a Strada dança com graça, só uma rival se atreve a encarar o ringue de frente: a Volkswagen Saveiro. Com 4,49 m e um preço inicial de R$ 105.490 na versão Robust, ela é a sombra mais próxima da rainha. Mas não se engane: a Saveiro atual é uma guerreira de 2009, maquiada em 2023, que luta com armas antigas contra a modernidade da Strada. Nos bastidores, porém, sussurros animam os fãs: uma nova geração pode chegar em 2025, montada na plataforma MQB-A0 do Polo, com um motor 1.0 TSI de até 128 cavalos e preço entre R$ 110.000 e R$ 115.000. Se vier, será um golpe duro — mas será o suficiente para roubar a coroa?
Subindo até 4,80 m, o terreno fica mais disputado. A Chevrolet Montana, com seus 4,71 m, é uma novata elegante que desembarcou em 2023. Seu motor 1.2 turbo de 133 cavalos ronca mais alto que o da Strada, mas o preço inicial de R$ 130.990 (LT 2025) a coloca em outra arena — mais próxima da Fiat Toro do que da compacta acessível. É uma picape para quem quer conforto na cidade e um toque de sofisticação, com caçamba similar (637 kg e 874 litros, contra 650 kg e 844 litros da Strada Cabine Dupla e 720 kg e 1354 litros da Strada Cabine Plus), mas não parece assustar a Strada no trabalho pesado. Já a Renault Oroch, com 4,72 m, aposta em 170 cavalos e preço de R$ 119.900 (Pro 2025). Uma nova geração está no forno para 2026, mas, por enquanto, ela patina com uma rede menor e menos opções de cabine. São rivais de peso, mas indiretos — mordem o mercado da Strada sem acertar o coração.
E se o golpe vier de fora? A Toyota, gigante das estradas, flerta com uma picape baseada no Corolla Cross. Imagine: 4,50 m a 4,60 m, motor híbrido de 122 cavalos e um preço que pode começar em R$ 130.000 a R$ 140.000. Protótipos já rodam na Tailândia, mas o Brasil ainda espera — talvez 2026 seja o ano. Enquanto isso, as chinesas aquecem os motores. A Riddara, do grupo Geely, trouxe a RD6 elétrica por R$ 250.000, mas uma versão compacta (4,50 m) poderia cair para R$ 120.000 a R$ 140.000. A Chery, com sua plataforma T1X, sonha com algo entre R$ 110.000 e R$ 130.000, e a BYD, rainha dos elétricos, pode encolher a Shark para uma compacta de R$ 130.000 a R$ 150.000. São promessas tentadoras, mas o calendário joga contra: 2025 é cedo demais.
Por que a Strada segue intocável? O preço é a chave mestra — R$ 105.990 é um convite irrecusável para quem precisa de um bom cavalo de carga e um carro de passeio num só pacote. A Saveiro acerta no bolso, mas falta fôlego novo. Montana e Oroch sobem a régua, mas perdem no custo-benefício. Os futuros contendores, como Toyota e chinesas, trazem inovação, mas esbarram em prazos e valores mais salgados. Enquanto isso, a Fiat já planeja a próxima Strada, quem sabe híbrida, para 2028 — um xeque-mate em si mesma.
Por ora, a coroa da Strada brilha sem arranhões. A Saveiro renovada é a aposta mais quente para 2025, mas as chinesas, com seus preços afiados e promessas elétricas, são o curinga do futuro. Nas estradas empoeiradas e nas ruas lotadas, a pergunta ecoa: quem terá coragem — e bolso — para desafiar a rainha? O Brasil assiste, motor ligado, à espera do próximo capítulo.
De todo modo, não deixa de ser interessante que o carro mais vendido do Brasil não tenha atraído tanto a atenção dos concorrentes, que preferem lutar em segmentos maiores, de maior preço. A Strada continuará absoluta?
Imagem: uma hipotética picape compacta futurista, sem marca. Arte/Blogolandia.
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