BYD pode lançar carro com drone no teto, no Brasil

Registro no INPI sugere lançamento de SUV com drone futurista no Brasil.

A BYD, fabricante chinesa líder em veículos elétricos, está trazendo ao Brasil uma inovação que tem chamado bastante atenção: um SUV elétrico com uma plataforma para drones integrada ao teto. Esse modelo é o BYD Bao 3, registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) no Brasil em março de 2025. No mercado brasileiro, o veículo deve ser comercializado sob a submarca Denza, recebendo o nome de Denza B3, seguindo a estratégia já adotada com o Bao 5.

O Bao 3, ou B3 no Brasil, é um SUV elétrico com proposta aventureira, equipado com dois motores elétricos que entregam tração integral — 148 cv na dianteira e 268 cv na traseira —, alcançando uma aceleração de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos e uma autonomia de cerca de 500 km (segundo o ciclo chinês, que é mais otimista que o padrão brasileiro). O diferencial mais marcante é a plataforma no teto, desenvolvida em parceria com a DJI, líder mundial em drones, que permite carregar, lançar e recarregar um drone diretamente do veículo. Esse recurso eleva a altura do SUV de 1,72 m para 1,92 m quando instalado.

Embora o sistema de drones já tenha sido introduzido em outros modelos da BYD na China, como o Bao 8 e o Yangwang U8 (aquele que foi anunciado para o Brasil, mas que a BYD desistiu de comercializar por aqui, em 2024), sob o nome "Ling Yuan", o Bao 3 se destaca por trazer essa tecnologia a um SUV de porte intermediário, com dimensões próximas ao BYD Song Plus (4,61 m de comprimento, 1,88 m de largura e 2,75 m de entre-eixos). Na China, o modelo tem preço estimado em 200 mil yuan (cerca de R$ 164 mil em conversão direta), o que o posiciona como uma opção competitiva, potencialmente comparável ao Jeep Renegade no Brasil.

No entanto, ainda não há confirmação oficial de que o Denza B3 será lançado comercialmente no Brasil em 2025. O registro no INPI sugere que a BYD está preparando o terreno, mas a importação inicial pode ser limitada a exibições ou testes, como ocorreu com o Yangwang U8, visto em São Paulo e Brasília. A marca planeja ao menos nove lançamentos no Brasil em 2025, e o B3 poderia se encaixar nessa estratégia, reforçando sua presença no mercado de elétricos com uma proposta inovadora que combina mobilidade e tecnologia aérea. O drone, além de atrativo para lazer, pode ser útil para monitoramento ou captura de imagens, ampliando as possibilidades de uso do veículo.

A utilidade de um carro como o BYD Denza B3, que vem equipado com uma plataforma para drones no teto, pode ser vista sob várias perspectivas, tanto práticas quanto recreativas. O sistema, desenvolvido em parceria com a DJI e chamado "Ling Yuan", permite que o drone decole, pouse e recarregue automaticamente a partir do veículo, capturando imagens aéreas em tempo real que podem ser exibidas na central multimídia. Na prática, isso pode ser útil para:

1. Monitoramento e Exploração: Em situações como aventuras off-road, o drone pode mapear terrenos à frente, identificar obstáculos ou encontrar rotas alternativas, algo valioso para entusiastas de trilhas ou expedições em áreas remotas.
2. Registro de Viagens: Para quem gosta de documentar experiências, como viagens ou eventos, o drone oferece uma perspectiva aérea única, capturando vídeos e fotos de alta qualidade (4K, no caso do modelo básico).
3. Aplicações Profissionais: Em setores como agricultura, segurança ou jornalismo, o drone pode ser usado para inspeções aéreas rápidas, vigilância ou cobertura de eventos, integrando mobilidade terrestre e aérea.
4. Entretenimento e Status: Além da funcionalidade, há um apelo de novidade e exclusividade, atraindo consumidores que buscam tecnologia de ponta como diferencial.

Seria um carro de nicho?

Sim, o Denza B3 com drone no teto tem características de um produto de nicho, especialmente no Brasil ou em mercados fora da China. O recurso do drone é um opcional que agrega custo (cerca de US$ 2.200, ou R$ 13.000 na China) e não é essencial para o uso cotidiano de um SUV. Isso sugere que ele é voltado para um público específico: entusiastas de tecnologia, aventureiros ou profissionais com necessidades particulares. No entanto, a BYD parece querer "popularizar" essa tecnologia, expandindo-a para outros modelos, o que pode diluir seu caráter de nicho ao longo do tempo, dependendo da aceitação do mercado.

No Brasil, por exemplo, o apelo seria limitado inicialmente devido ao preço elevado (o B3 deve custar mais que os R$ 164.000, preço de pré-venda, que começa em 31 de março, na China, considerando impostos e logística) e à falta de uma cultura consolidada de uso de drones em veículos. Ainda assim, poderia atrair um segmento premium ou early adopters dispostos a pagar por inovação.

Como é o mercado para carros com drone no teto na China?

Na China, o mercado para veículos com essa tecnologia está em fase inicial, mas mostra potencial de crescimento, impulsionado por alguns fatores:

• Demanda por Inovação: A China é o maior mercado de veículos elétricos do mundo, com consumidores ávidos por tecnologias avançadas. A BYD, líder nesse setor, usa o sistema Ling Yuan como diferencial competitivo, especialmente em um mercado saturado de opções elétricas.
• Cultura de Drones: A DJI, parceira da BYD, domina o mercado global de drones, e a China tem uma base significativa de usuários e entusiastas. Integrar drones a carros aproveita essa familiaridade, tornando o conceito mais acessível culturalmente.
• Preço Acessível: O custo adicional de US$ 2.200 é relativamente baixo para um mercado onde SUVs premium como o Bao 8 (primeiro a receber o sistema) ou o próprio Bao 3 já têm preços na faixa de 200 mil yuan (R$ 164.000). Isso o torna um extra viável para consumidores de classe média-alta.
• Expansão Planejada: A BYD já anunciou que o sistema será estendido a outros modelos, como o Tang L e o Seal 07 DM-i, sugerindo uma aposta em escala. Na China, onde a marca vendeu mais de 76 mil elétricos e híbridos só em 2024, há espaço para testar essa aceitação.

Por enquanto, o mercado chinês para carros com drones no teto é experimental, mas promissor. A tecnologia estreou no Bao 8 em 2025 e está sendo aplicada ao Bao 3 (Denza B3 no Brasil), com a BYD mirando tanto o apelo de lazer quanto utilitário. A recepção dependerá de como os consumidores percebem o custo-benefício e a praticidade no dia a dia. Se bem-sucedido, pode se tornar um recurso mais comum em SUVs elétricos chineses, especialmente entre marcas que competem por inovação, como a BYD e suas rivais locais.

Imagens

Veja um vídeo com imagens do carro:

Veja um vídeo do sistema, montado no BYD U8:

Imagem: reprodução/Youtube/BYD