O Brasil se prepara para receber o BYD Shenzhen, o maior navio cargueiro de veículos do mundo, capaz de transportar até 9.200 carros. Apresentado em 22 de abril de 2025, em Yizheng, na China, o navio da montadora chinesa BYD inicia sua primeira viagem com destino ao Brasil, trazendo uma carga significativa de veículos. A operação reflete a relevância do mercado brasileiro para a estratégia global da empresa e sinaliza mudanças no setor automotivo nacional.
O Brasil é um mercado-chave para a BYD, sendo o maior destino de suas exportações fora da Ásia. Em 2024, a montadora vendeu 76.700 veículos no país, consolidando sua posição no segmento de carros eletrificados. A escolha do Brasil para a estreia do BYD Shenzhen destaca a importância do país, impulsionada por fatores como o tamanho do mercado, o interesse crescente em veículos elétricos e híbridos e incentivos fiscais para tecnologias sustentáveis. Além disso, o agronegócio, um setor forte no Brasil, tem demandado modelos como a picape híbrida BYD Shark, que atende às necessidades de robustez do campo.
A lista exata dos modelos a bordo do BYD Shenzhen não foi divulgada, mas é esperado que o cargueiro traga uma variedade de veículos para atender diferentes públicos. Entre os candidatos estão o BYD Dolphin, hatch elétrico já popular no Brasil, o BYD Song Plus, SUV híbrido, e o BYD Yuan Plus, SUV elétrico conhecido como Atto 3. Outros modelos, como o sedã elétrico BYD Seal, possivelmente com sua versão híbrida Seal 07 DM-i, e o compacto BYD Dolphin Mini, também podem estar na carga.
A BYD planeja lançar pelo menos nove modelos no Brasil em 2025, incluindo o Song Pro, um SUV híbrido flex que será produzido localmente a partir de março, na fábrica de Camaçari, Bahia. Modelos de alto desempenho, como os jipões Bao 8 e Yangwang U8, e veículos da submarca Denza, como o Bao 5 e a minivan D9, também estão previstos para chegar ao mercado brasileiro até o fim do ano. O cargueiro deve trazer uma combinação desses veículos para abastecer concessionárias e preparar o terreno para a produção local.
O BYD Shenzhen é equipado com tecnologia bicombustível, utilizando Gás Natural Liquefeito (GNL) e óleo combustível marítimo. Com 260 metros de comprimento e 15 andares, o navio foi projetado para transportar veículos de diferentes tamanhos, de hatches compactos a picapes. A operação logística visa reduzir custos de importação e agilizar a entrega de carros no Brasil, atendendo à demanda do mercado.
A chegada do BYD Shenzhen com milhares de veículos deve fortalecer a presença da BYD no Brasil, onde os carros eletrificados já têm uma fatia crescente das vendas. O volume de importação pode aumentar a competição com montadoras tradicionais, como Toyota, Volkswagen e Stellantis, que enfrentam pressão para expandir suas linhas de elétricos e híbridos. A operação também prepara o terreno para a produção local, com a fábrica de Camaçari prevista para iniciar atividades em 2025, começando pelo Song Pro e, posteriormente, pelo Dolphin Mini.
A fábrica deve gerar empregos e atrair fornecedores, impactando a economia do Nordeste. A produção local pode reduzir preços ao diminuir a dependência de importações, enquanto os modelos híbridos flex, que utilizam etanol, se alinham às características do mercado brasileiro, onde o biocombustível é amplamente utilizado. Esses fatores posicionam a BYD como um player relevante no setor automotivo nacional.
A chegada do BYD Shenzhen marca um passo importante na estratégia da BYD no Brasil. O país, com sua demanda por veículos sustentáveis e sua infraestrutura de energia renovável, é um mercado estratégico para a montadora. A combinação de importações em grande escala e o início da produção local deve ampliar a oferta de carros eletrificados, influenciando consumidores e concorrentes. Quando o navio atracar, ele trará não apenas veículos, mas também um sinal claro do papel do Brasil nos planos globais da BYD.
Imagem: Divulgação/BYD
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