A Volkswagen está desenvolvendo uma nova picape intermediária para o mercado sul-americano, voltada para competir com modelos já consagrados, como Fiat Toro, Chevrolet Montana e Renault Oroch. Recentemente, protótipos dessa futura picape foram flagrados em testes, utilizando carrocerias de outros veículos, incluindo o Volkswagen Tiguan Allspace. Esse tipo de estratégia, conhecido como "mula de testes", permite que a montadora avalie componentes mecânicos, ajustes de suspensão e desempenho sem revelar o design final do veículo.
Embora ainda não haja informações oficiais sobre nome ou detalhes específicos do projeto, algumas publicações começaram a se referir a essa picape como "Formigão", em uma possível referência nostálgica à icônica picape brasileira produzida pela empresa Renha nos anos 1970. No entanto, é importante esclarecer que o uso desse nome pode não passar de especulação, já que a Volkswagen nunca produziu diretamente uma picape com essa nomenclatura. Em sua maioria, as publicações têm chamado a picape de "Tarok", nome já registrado no INPI e usado pela VW, inclusive, no Salão do Automóvel do já longínquo 2018. O nome, contudo, também não é oficial.
Nas imagens de protótipos flagrados em testes, é possível notar detalhes que sugerem o foco em robustez e versatilidade. Entre os pontos observados estão:
Internamente, o projeto é tratado pelos códigos "VW247" ou "Udara", mas o nome comercial ainda não foi definido. A possibilidade de o veículo ser lançado com o nome Formigão parece remota, tanto por questões de direitos sobre a marca quanto pelo distanciamento histórico entre a Volkswagen e o modelo produzido pela Renha.
O Formigão original foi uma criação da Renha Indústria e Comércio de Veículos, uma empresa brasileira que produzia veículos fora de série nos anos 1970. Esse segmento era caracterizado por fabricantes que utilizavam plataformas e mecânicas de montadoras consagradas, mas criavam carrocerias próprias, geralmente em fibra de vidro, com elementos emprestados de outros carros.
O Formigão, especificamente, era montado sobre o chassi do Volkswagen 1600, mais conhecido como Fusca 4 portas ou Zé do Caixão (que, em essência, era a mesmíssima mecânica do Fusca "normal", de todo modo), um dos veículos mais populares e robustos da época. A mecânica era 100% Volkswagen, mas diversos outros elementos eram trazidos de outros veículos. Os faróis, por exemplo, eram do Fiat 147, enquanto as lanternas traseiras vinham da Volkswagen Variant.
Essa prática era bastante comum entre fabricantes de fora de série. Empresas como Puma, Gurgel e Miura também seguiam esse modelo de produção. A carroceria do Formigão, feita em fibra de vidro, tinha um design angular e futurista que, curiosamente, se assemelha bastante ao Tesla Cybertruck, lançado décadas depois.
No entanto, a Volkswagen nunca esteve diretamente ligada ao Formigão original, além de fornecer a base mecânica. Portanto, é pouco provável que a montadora adote esse nome para um modelo de produção própria, especialmente considerando a importância de uma identidade de marca clara para um lançamento tão estratégico.
Lançado em 1978, o Formigão era uma solução criativa para um mercado que buscava veículos utilitários acessíveis e versáteis. A mecânica confiável do Fusca, combinada com uma carroceria leve de fibra de vidro, resultava em uma picape robusta e de baixo custo de manutenção.
O visual do veículo, marcado por linhas retas e uma carroceria de aparência sólida, trazia um estilo único que, na época, parecia algo à frente do seu tempo. No entanto, sua produção foi bastante limitada, e hoje o Formigão é considerado um veículo raro e colecionável.
Apesar de seu legado interessante, é importante reforçar que o Formigão não era um produto Volkswagen, mas sim um projeto independente que usava componentes da montadora alemã.
O mercado de picapes intermediárias tem crescido de forma significativa, especialmente no Brasil e na América Latina. A Volkswagen, que já possui experiência nesse segmento com a Amarok, vê na nova picape uma oportunidade de expandir sua participação nesse mercado altamente competitivo.
Embora o projeto ainda esteja envolto em mistério, é certo que a nova picape Volkswagen terá tecnologia de ponta, boa capacidade de carga e motorização moderna, possivelmente incluindo opções eletrificadas. O design final permanece desconhecido, mas deve trazer elementos visuais alinhados à nova identidade global da Volkswagen.
Quanto ao nome, é mais provável que a montadora escolha uma nomenclatura inédita, buscando construir uma identidade própria para esse veículo. O apelido Formigão, apesar de nostálgico e interessante, deve permanecer como uma referência histórica à criação da Renha.
O que se sabe até agora é que a Volkswagen está avançando nos testes da sua nova picape, e que ela deve chegar ao mercado até 2026. Até lá, novos flagras, teasers e informações oficiais deverão ser revelados.
Enquanto aguardamos mais detalhes concretos, uma coisa é certa: a expectativa é alta, e a nova picape da Volkswagen tem potencial para se tornar um sucesso no competitivo mercado brasileiro. Se ela será chamada de Formigão ou ganhará outro nome, só o tempo dirá.
Veja os vídeos, primeiro da Tarok, apresentada no Salão do Automóvel de 2018:
E agora, da icônica Renha Formigão:
Imagem: uma hipotética picape VW inspirada na Tesla Cybertruck. Arte/Blogolandia.
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