Bicicletas elétricas com baterias de má qualidade causam incêndios

Números da cidade de Nova Iorque, nos EUA, são alarmantes. Consumidores devem tomar cuidado com a segurança da bateria de sua bicicleta elétrica.

Nova York aprovou, no início do mês de março, lei que proíbe a venda de bicicletas elétricas cujas baterias utilizadas não possuam certificação pela UL, isto é, Underwriters Laboratories, instituição independente reconhecida por garantir que determinado produto cumpre os padrões de segurança estabelecidos pelos EUA e também pelo Canadá. Tal lei foi motivada pelo crescente número de incêndios causados pelas baterias de íon-lítio presentes em muitas das bicicletas elétricas que circulam na cidade.

Segundo informações disponibilizadas pelo Corpo de Bombeiros de Nova York, até o final do ano passado, foram registrados 216 incêndios na cidade americana, número que corresponde a, em média, quatro incêndios por semana. A título de comparação, em 2021, ocorreram 104 incêndios na cidade, enquanto em 2020, foram registrados apenas 44 incêndios. O crescimento exponencial no número de incêndios ocorridos na “cidade que nunca dorme” está ligado às explosões das baterias de bicicletas e patinetes elétricos, os quais se tornaram uma importante alternativa de locomoção na cidade norte-americana. Esses veículos servem como instrumento de trabalho para entregadores de alimentos e produtos, especialmente por serem mais baratos e, ainda, serem alternativas não-poluentes.

Porém, segundo informações do jornal "The New York Times", baterias de íon-lítio de má qualidade e sem certificação explodem durante à noite, quando, geralmente, são colocadas para recarregar pelos donos das bikes elétricas, e causam graves incêndios. A preocupação é maior porque, em muitos casos, as bicicletas foram colocadas para recarregar perto de portas, impedindo as pessoas de sair dos apartamentos fugindo do fogo.

Em 2023, apenas nos meses de janeiro e fevereiro, já ocorreram 22 incêndios causados pelas baterias, o que levou, como dito anteriormente, à elaboração da lei que proíbe a venda de bicicletas, patinetes e demais dispositivos elétricos que não sejam certificados pela UL. A expectativa é de que Eric Adams, o prefeito da cidade, assine a lei nos próximos dias.

Um caso de grande repercussão associado às baterias de íon-lítio de bicicletas elétricas ocorreu no Bronx, no início do mês de março. De acordo com o Corpo de Bombeiros, uma bateria explodiu e as chamas se espalharam rapidamente tomando o supermercado Grand Concourse. Foram necessários 200 profissionais para conter rapidamente as chamas e evitar que mais prédios da mesma rua fossem atingidos. O supermercado, porém, foi totalmente destruído.

Vale ressaltar que esses incêndios são bastante incomuns, pois a maioria das baterias são construídas observando os critérios de segurança. No entanto, na cidade de Nova York, a prática de buscar técnicos não treinados para reparar ou modificar as baterias tornou-se recorrente, e pode ser uma das causas capazes de explicar o número altíssimo de incêndios causados pelas baterias. Além disso, o uso de carregadores não compatíveis e a sobrecarga da rede elétrica também são fatores a se considerar quando o assunto são os incêndios.