Montadora romena do grupo Renault pretende manter apenas o Spring (Kwid) elétrico e focar em modelos a combustão.
A Dacia, marca pertencente ao grupo Renault, planeja continuar produzindo motores a combustão até 2035
Até 2035 todos os 27 países da União Europeia terão que eliminar a produção de motores de combustão.
O grupo Renault planeja colocar essa proposta em prática o mais cedo possível e aderir completamente à produção de motores elétricos a partir de 2030.
Contudo, a Dacia – que integra o grupo francês há pouco mais de 20 anos – parece não seguir na mesma direção. Ela pretende continuar construindo motores movidos a combustíveis fósseis até 2035. Um movimento similar ao da Toyota.
E por mais contraditório que pareça, esse movimento é uma estratégia da Renault para continuar abastecendo o mercado de veículos a gasolina e a diesel até o último momento, através da Dacia.
Enquanto isso, a montadora francesa atende ao crescente mercado de veículos elétricos, sem perder as suas demandas de carros a combustão.
Conheça a Dacia
A montadora romena é uma das principais do leste europeu. Ela foi comprada pela Renault no final da década de 1990, embora sua relação com a fabricante francesa já exista desde a década de 1970.
A sua principal especialidade são os motores pequenos movidos a combustível fóssil e GLP (gás liquefeito de Petróleo), responsáveis por um terço dos seus pedidos. Além de continuar construindo esses motores até 2035, ela irá lançar o seu primeiro motor híbrido no próximo ano.
O seu único modelo elétrico é o Dacia Spring, o nosso Kwid no Brasil, responsável por apenas 12% das suas vendas. Aliás, esse Kwid elétrico também está em nosso país.
A Dacia e a sua relação com o Brasil
A marca pode ser desconhecida, mas no Brasil, seus carros são bem conhecidos do público. Embora praticamente ninguém saiba que ela é a responsável pela produção do Kwid, Logan, Duster e Sandero, aqui vendidos com o logotipo da Renault.
Ela é bem conceituada por produzir veículos com excelente padrão de custo-benefício, eficiência produtiva e, mesmo assim, manter um percentual razoável de lucro sobre as vendas de seus veículos (9%, em 2017).
Diga-se de passagem, a Dacia também manifestou sua opinião de que itens de segurança mais caros não devem ser obrigatórios nos carros, tema para outro artigo no CarroBonito.com.
O maior desejo do Grupo Renault
Apesar do atual protagonismo da montadora Tesla no mercado de veículos com motores elétricos, a pioneira nesse mercado foi a Renault – em parceria com a Nissan – há cerca de uma década.
Mas as pretensões do grupo para o mercado de veículos elétricos vão muito além do que se adequar à obrigatoriedade acordada pela União Europeia. Os franceses querem retomar o seu espaço, e a Dacia terá um papel fundamental nesse processo de transformação, inovação e reconquista de mercado.