ID.Buzz está sendo vendida na Europa como a nova Kombi elétrica. Mas em 1972, a VW já havia criado uma.

No início de março deste ano, a Volkswagen anunciou o lançamento da ID.Buzz, "Kombi do futuro", elétrica, super conectada e com o visual descolado. Pouco nos lembrando da versão clássica, que já nos acostumados a ver. Poucos tem conhecimento, contudo, a trajetória da Volkswagen com a produção de automóveis eletrificados é antiga. E o primeiro modelo elétrico planejado pela marca foi precisamente a icônica Kombi, utilizada em experimentos de uma divisão da matriz em Wolfsburg, na Alemanha, na década de 70.

Em 1972, era apresentada ao mundo a Kombi "Elektro-Transporter", construída com base na segunda geração do modelo T2. O projeto surgiu depois da estabilização da crise do petróleo na década de setenta. Um seleto grupo de engenheiros, em Wolfsburg, começou a se perguntar sobre a importância dos experimentos para o surgimento de propulsões alternativas. O Dr. Adolf Kalberlah, funcionário da Volkswagen e doutor em eletroquímica, deu início ao trabalho com uma equipe de 10 pessoas, dando vida a divisão de “Pesquisa do Futuro” da empresa.

O motor a ar da Kombi foi substituído por um propulsor elétrico de corrente contínua, com capacidade de 22 cavalos de potência, utilizando o conjunto de baterias de chumbo-ácido com 850 kg. A Elektro Transporter pesava cerca de 2.200 kg, exigindo reforços estruturais e reforços no chassi do modelo. Outra informação interessante é sobre a velocidade atingida do utilitário, na época dos testes a Kombi elétrica desenvolvia a velocidade máxima de 75 quilômetros por hora, com autonomia de até 80 quilômetros.

Descobertas

Apesar das limitações, a Volkswagen adquiriu conhecimentos valiosos graças ao projeto. Sem contar que, apesar da existência de alguns carros pequenos elétricos, o modelo era o primeiro veículo comercial que poderia ser utilizado para propor relação de velocidade, alcance e tempo de carga. Durante os testes, a equipe do Dr. descobriu novas maneiras de aperfeiçoar o veículo elétrico, otimizando o intercâmbio das baterias e considerando também, o conforto dos passageiros.

Aceitação do público

Na época do lançamento, o modelo não era atraente ao mercado e não conquistou bons resultados. Durante o período de quase 7 anos, a Volkswagen fabricou somente 120 do modelo T2 elétrico, dos quais, apenas poucos foram comprados, algumas unidades foram exportadas para os Estados Unidos.

Grande parte do "fracasso" de mercado do modelo na época, se dá justamente pela tecnologia limitada que os engenheiros tinham acesso. Além de que o acesso ao equipamento para o intercâmbio das baterias (onde as baterias demoravam muito para recarregar) era precário e a estrutura para os equipamentos volumosa.

Contudo, o projeto foi um importante marco para o desenvolvimento da empresa, que passou a investir em tecnologias hibridas. E atualmente, investindo em veículos totalmente eletrificados.