Para a Toyota, carros elétricos são uma das formas de reduzir a emissão de poluentes, mas não a única. Por isso, a marca continuará investindo em veículos híbridos e a combustão.

Veículos elétricos são uma inovação importante na indústria e tendem a aproveitar melhor a energia, proporcionando torque imediato e menor perda. Além de serem carros gostosos de dirigir. Mas, claro, estão longe de ser unanimidade. Prova disso é a posição da Toyota, a maior fabricante de carros do mundo, que vai investir em elétricos, mas manterá o desenvolvimento de motores a combustão.

A Toyota conquistou bastante experiência com a fabricação de carros híbridos, tornando-se precursora na categoria com o Prius, lançado em 1997, o que demonstra o quão inovadora é a empresa. Contudo, a companhia não vê futuro na produção total de veículos 100% elétricos, pois, para eles, estes modelos são uma das soluções para menos emissões, não apenas a única solução possível.

Conforme alguns pronunciamentos da empresa, o nicho dos veículos híbridos deverá continuar a ser produzido como uma das opções mais viáveis para a diminuição dos níveis de emissão. De acordo com Jack Hollis, vice-presidente executivo de vendas da Toyota Motor North America, o mercado mundial não está maduro o suficiente para receber demasiados automóveis 100% elétricos. Consoante a Gill Pratt, cientista chefe e CEO do Toyota Research Institute, a marca pretende proporcionar para cada pessoa diferente o poder de contribuição, diversificada, nas soluções climáticas, por isto, continuará com a produção dos híbridos.

Já Paul Waatti, gestor do departamento de análises da indústria na "AutoPacific ", presume que a fabricante japonesa está certamente apostando em estratégias conservadoras no quesito automóveis elétricos, o que não é nada ruim, já que os mercados se comportam de maneiras diversificadas, sendo importante ter investimentos variados para atender a todos.

A Toyota também anunciou planos de investimento de 28 bilhões de dólares (mais de 100 bilhões de reais), em uma linha de trinta veículos elétricos a bateria até 2030. É realmente muito dinheiro. Mas, simultaneamente, continuará investindo em híbridos como o Prius.

Investimento em veículos híbridos

Segundo a companhia, é possível fabricar carros menos poluentes, híbridos, que cheguem com preços acessíveis nas concessionárias. Tanto que a Toyota já vende Corolla, Corolla Cross e RAV4 híbridos, no Brasil, a preços aceitáveis. No país, a empresa está apostando nos modelos flex, que podem utilizar de etanol e, por isso, têm emissões reduzidas.

De acordo com análises que foram efetuadas pela União da Indústria de Cana de Açúcar, o modelo "Corolla Híbrido Flex " espalha cerca de oitenta por cento menos gases tóxicos que um modelo de carro abastecido a gasolina, e quase vinte por cento menos que um carro abastecido somente a etanol.

Os administradores da marca esperam que diferentes países apresentem veículos elétricos, de maneira diversificada, baseados na energia, infra-estruturas e matérias-primas disponíveis, atendendo ao público de maneira eficiente.

Carros a hidrogênio

Para além dos planejamentos de continuidade nos investimentos de modelos de carros elétricos híbridos e plug-in, a empresa está apostando em veículos elétricos cuja energia é gerada por células de hidrogênio. Nesses carros, o conjunto é elétrico como um EV qualquer, mas o gerador é uma célula de combustível que faz a eletrólise de hidrogênio, emitindo água. Exemplo disso é o Mirai, já vendido no Japão e Estados Unidos.

No entanto, a tecnologia de hidrogênio ainda se encontra em estágio muito incipiente. É extremamente caro construir postos de abastecimento para esse tipo de carro, ainda. E há poucos desses postos espalhados pelo Brasil e pelo mundo.

O que esperar para o Brasil?

Analisando o posicionamento da Toyota, é bastante provável que a montadora continue, por um bom tempo, ofertando veículos híbridos em sua linha, bem como os puramente a combustão, algo que já acontece com Corolla e Corolla Cross, que têm versões híbridas ou somente a combustão. Talvez a montadora resolva adicionar algum carro elétrico à linha, já que está fazendo um grande investimento para isso, mas fica nossa dúvida se realmente vai ter sucesso de mercado, uma vez que o alto custo dos veículos 100% elétricos e os problemas de recarga que têm se mostrado comuns na Europa e nos Estados Unidos podem acabar afugentando compradores bem informados no Brasil.