VWVC reformou uma Kombi clássica de 1962, colocando 4 eixos e esteira de tanque no veículo, que pode encarar qualquer terreno.
Um feito de engenharia, a VW Kombi Half-Track Fox é um modelo de Kombi clássica transformada, contendo quatro eixos e esteiras na parte traseira, para rodar em qualquer tipo de terreno.
A Vehículos Clásicos de VWVC concluiu a missão de finalizar a reforma de um clássico, de modo a apresentar o mesmo como um original lançado há 60 anos, ou seja, restaurado em todos os seus detalhes. Este tipo de transformação explora uma série de possibilidades de potência e tração, entre outras funcionalidades.
Nada melhor que explorar as possibilidades da Kombi que é um dos veículos mais populares em toda a história da indústria automotiva. A primeira geração produzida foi lançada no final da década de 40. O título original era Type 2, estilo perua. Sua estrutura motora é a mesma que forma os componentes mecânicos do Fusca. A perua alemã quase não saiu de linha, clássica e atual, sua produção foi de 1957 a 2013. Verdadeiro recorde. Os milhares de unidades que sobram estão aí para serem equipadas, customizadas e personalizadas.
Pois bem, o foco deste artigo é sua versão mais obscura, como o furgão mais improvável, porém, real, em uma encarnação elétrica de título Half-Track Fox (traduzido por raposa de meia pista), a Kombi equipada de quatro eixos e trilhos de tanque de guerra na traseira, cuja restauração também foi obra da Volkswagen.
Obviamente não se trata de uma produção em massa, mas, de uma espécie de “experiência”, sendo fruto de um longo trabalho com quatro anos de duração, cuja idealização e construção ficou sob a direção do mecânico austríaco Lutz Kretner, grande entendedor do ramo e que estava frustrado em perceber as potencialidades não exploradas no sentido off-road da Kombi padrão clássica.
A aparência é um tanto extravagante, mas, se trata de um veículo bastante robusto e bem equipado, um verdadeiro esquiador, este veículo é capaz de escalar até os mais inóspitos recônditos dos Alpes. A obra é bisonha e fantástica ao mesmo tempo, pois, não sendo possível encontrar o carro adequado, apelou-se para uma eficiente "gambiarra".
O grande mecânico da companhia alemã conseguiu um modelo “Bulli” ano 1962 (na Alemanha, este é o título da Kombi), e procedeu da seguinte maneira:
Instalação de dois eixos dianteiros, os quais são dirigidos pelas duas rodas duplas com aro 14 polegadas em cada uma. Na parte de trás mais dois eixos, porém, as rodas são de aro 13 polegadas, incorporados à duas esteiras de tanque, em cada lado. Este aparato traseiro foi equipado freios diferenciados e a função de limitação para deslizamento, garantindo melhor propulsão lisa e contínua, independentemente do tipo de superfície onde rodar.
Esta nova Kombi está equipada de motor tipo quatro-cilindros e autonomia de 1,2 litros, entregando desempenho de 34 CV em força, atingindo velocidade máxima de 35 km/h. Portanto, a inclusão das esteiras de tanque foi pensada no sentido de manter o modo de dirigibilidade da Kombi original, ou seja, fazendo prevalecer a estrutura de direção da perua e não de um tanque.
O engenheiro mecânico conseguiu produzir, junto de sua equipe, ao menos dois exemplares de super Half-Track Foxes, mas, isso foi no final da década de 60 e a produção foi suspensa. Somente uma unidade foi preservada e foi adquirida no início da década de 90, pela direção do Museu da Porsche de Gmund, que fica na Áustria.
Embora o trabalho tenha sido bastante intenso e extenso, a companhia germânica, pelo menos, conseguiu fazer ressuscitar a Kombi munida dos trilhos de tanque, quiçá para atualizar essa estrutura e criar um segmento.
Nessa reformulação foi adicionado um revestimento de imersão catódico, de modo se poder pintar sua carcaça em tom laranja fosco, igual ao original. Este projeto foi concluído no mês de fevereiro deste ano. Uma “velha raposa” que pôde provar o seu real valor circulando pelos terrenos mais desafiadores na neve dos Alpes.