Carro a combustão polui mais que carro elétrico? Ou nem sempre?

Estudos recentes demonstram que carros elétricos são geralmente menos poluidores que carros a combustão. Mas há circunstâncias em que poluem mais. Entenda.

Sem dúvidas, os carros elétricos vieram para ficar. Eles têm se tornado mais comuns entre diversas fabricantes e algumas das principais do mercado já determinaram prazos para que as suas linhas sejam totalmente convertidas. Desse modo, os motores a combustão estão prestes a entrar em extinção nos seus catálogos.

Este movimento, por ora, está mais concentrado na Europa. Entretanto, ainda que de forma indireta, acabará afetando ao Brasil, visto que aos poucos o país tem se tornado mais familiarizado com esta tecnologia e aos poucos passa a receber um número maior de modelos totalmente elétricos. Um exemplo disso é a Volvo, que já deixou de vender os seus modelos a combustão em 2022.

Além desta empresa, outros exemplos que se tem são a Toyota, que está investindo, no Brasil, na produção local de carros híbridos com os modelos Corolla e Corolla Cross. Também é possível destacar a Volkswagen Caminhões como uma empresa que recentemente começou a fabricação de um modelo totalmente elétrico para o segmento que atende.

Devido aos fatos destacados, o esperado era que o ano de 2021 se iniciasse com mais de 30 mil veículos leves eletrificados emplacados no Brasil. Esse número representou um recorde em relação aos anos anteriores, nos quais menos de 20 mil foram emplacados. Este processo, porém, começou a levantar algumas dúvidas, de modo que alguns estudos foram realizados.

Essas dúvidas estão ligadas à emissão de poluentes. Muitos defendem os modelos a combustão e, desse modo, alegam que alguns modelos híbridos ou totalmente elétricos chegam a poluir mais do que os tradicionais. Além disso, existe um problema ligado ao descarte de baterias que ainda é pouco mencionado.

Logo, a partir disso, a promessa de carros que são zero emissão, na verdade, não é verdadeira. Recentemente, um estudo foi responsável por comprovar estas questões.

Estudo da Volvo

Na tentativa de comprovar estes pontos, algumas marcas se mobilizaram para estudar a questão. Entre elas, é possível destacar a Volvo, que publicou recentemente, na Europa, levantamentos demonstrando as diferenças nos níveis de emissão de CO2 entre os carros elétricos e os modelos a combustão. Isso foi feito tanto no dia-a-dia e durante o uso quanto durante o processo de fabricação do modelo.

Sobre os estudos em questão, é possível afirmar que eles usaram como método três carros principais. O primeiro deles foi o C40, um modelo totalmente elétrico. O segundo, por sua vez, foi o XC40 T5, um veículo movido à combustão e com 5% de etanol na composição. Por fim, foi usada a XC40 Recharge, uma versão totalmente elétrica de um SUV.

De acordo com as pesquisas, foram consideradas questões como a extração e a contenção de matérias primas para a produção. Além disso, a logística também foi levada em conta e os ciclos de utilização dos carros. Por fim, o descarte de lixo e de resíduos gerados por todo este processo também foi estudado.

É possível afirmar que os estudos em questão tiveram resultados inconclusivos quanto a determinar se os modelos elétricos ou os a combustão são melhores em termos de poluição. A verdade é que tudo depende de uma série de fatores.

Durante as suas fases de produção, os carros elétricos podem ser considerados mais poluentes. Entretanto, isso é compensando durante a sua vida útil, desde que ele seja recarregado com energia de origem limpa. Desse modo, quem critica o modelo tem razão quanto às questões da produção.

Um exemplo ocorre, inclusive, na Europa, onde é comum que existem usinas termelétricas abastecidas com carvão. No caso do carro elétrico, se está simplesmente deslocando a fonte de emissões para a usina, no lugar do escapamento do carro.

Entretanto, quando alimentado com boa eletricidade, ao fim de um ciclo de uso, ele terá menos de 27 toneladas acumuladas, o que é algo bastante significativo em termos de economia. E aí, no Brasil, o elétrico pode se revelar menos poluente, já que a matriz hidrelétrica aqui responde por mais de 70% da energia elétrica gerada. Uma fonte com zero emissão. Se o carro elétrico for abastecido em residências com painel solar, os números são parecidos, apesar da oscilação desse tipo de matriz em dias de chuva.

Estudo da Footman James com carros clássicos, antigos

É fato que os carros de hoje contam com catalisadores e outras tecnologias que reduzem consideravelmente a emissão. Mas, surpreendentemente, os carros antigos podem não ser tão poluidores assim.

É o que mostra um estudo recente da Footman James, com carros clássicos, onde revela-se que esses carros, na verdade, acabam sendo menos poluidores que carros elétricos quando se leva em consideração a emissão durante a produção destes aliada à emissão de usinas termelétricas para produzir energia para eles.

Note-se, contudo, que os clássicos já não contam mais com qualquer emissão durante o processo de fabricação porque, obviamente, já estão aqui e não serão mais produzidos. Alia-se a isso, também, o fato de rodarem menos.

Capa do estudo da Volvo, de emissão de carbono

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