Até tu Lada? Montadora não produz mais veículos na Rússia

A invasão da Rússia ao território ucraniano, no início deste ano, acarretou uma série de consequências econômicas em diversos setores, entre eles, a indústria automotiva.

Pelas adversidades da guerra, a tradicional Lada, montadora russa líder do ramo há cerca de cinco décadas, interrompeu a sua produção em território russo. Essa decisão da Lada foi motivada pela escassez de componentes para montagem dos automóveis em virtude das sanções que a Rússia vem sofrendo desde o início do conflito. A justificativa da interrupção da produção feita pela Lada difere, assim, dos motivos alegados por outras montadoras para suspender as suas produções na Rússia, caso do Grupo Volkswagen, por exemplo, que tomou a decisão como forma de protesto e repúdio à guerra.

A Lada, nos últimos tempos, acabou deixando de ser autossuficiente em virtude do processo de globalização e, por isso, tem, cada vez mais, dependido da chamada cadeia global de peças. Por isso, a montadora importa cerca de 20% das peças que necessita em sua produção, inclusive alguns componentes eletrônicos, situação que inviabiliza a continuidade da produção uma vez que a Rússia tem sido cortada do comércio com outros países europeus.

A AvtoVAZ, controladora da montadora russa, os funcionários que trabalham para a empresa devem receber uma renda parcial ou, ainda, ter um plano de demissão enquanto durar a paralisação das atividades. Já os trabalhadores ligados à pós-venda não enfrentarão consequências.

A Lada já teve carros vendidos no Brasil

A tradicional montadora russa, fundada em 1966, já teve modelos sendo vendidos no mercado brasileiro. Em 990, após a reabertura das importações ter sido liberada sancionada pelo governo federal, o Brasil importou da então União Soviética, três modelos de automóveis. Um desses carros foi a Laika, modelo que deriva do Fiat 124, produzido no final da década de 1960, e contava com motor 1.6 capaz de alcançar os 173 cv de potência.

Outro modelo Lada a chegar ao Brasil, foi o Samara, hatch desenvolvido durante a década de 1980, que contava com duas opções de motores, um 1.3 com 62 cv de potência, e outro 1.5, capaz de alcançar os 72 cv de potência. O terceiro modelo da Lada a ser vendido no mercado brasileiro foi o Niva, utilitário lançado no ano de 1977e, provavelmente, o mais conhecido entre os três aqui citados. O Niva leva o título de pioneiro na combinação entre carroceria monobloco e tração 4×4 .

Todos os três modelos da Lada, combinando inovação e baixos preços, agradaram rapidamente os motoristas brasileiros. Contudo, a montadora russa não conseguiu adaptar de modo satisfatório seus modelos às necessidades dos consumidores no Brasil, bem como as dificuldades em repor as peças de seus veículos acabaram desgastando a imagem da montadora, e resultaram na queda no número de vendas. Diante desse cenário, a Lada foi obrigada a interromper as vendas de seus modelos no mercado brasileiro.

Lada como produtora do Renault Duster?

A Renault transferiu, recentemente, o controle de sua fábrica, localizada em Moscou, para a administração da cidade, enquanto a Lada transferiu parte de suas ações para o chamado instituto NAMI, o que levou as operações da montadora francesa serem controladas pelo governo russo. Essa mudança também é consequência da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Em virtude desse acordo, a fabricação do Renault Duster em território russo seguirá, porém o SUV não levará mais o emblema Renault, e sim a marca Lada, em uma mudança que deve acontecer ainda este ano.

Outros veículos da montadora francesa fabricados em solo russo ainda não tiveram seus destinos confirmados. O que se sabe até o momento é que a equipe da Renault no país será substituída. Segundo a AvtoVAZ, futuramente será apresentada uma outra estratégia de desenvolvimento, comandada agora pela montadora russa.

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