Carros na enchente – como funciona o seguro de veículos

Veja que tipo de proteção as seguradoras oferecem aos donos de veículos nas enchentes.

As fortes tempestades que têm ocorrido nos últimos dias, em vários estados, estão deixando diversos bairros submersos. Cenas em que casas e ruas ficam totalmente alagadas são vistas a todo momento. Nos casos de ruas e moradias, é preciso esperar que a água escoe para fazer a recuperação e limpeza. Mas o que acontece quando automóveis são danificados pela água, caem em buracos provocados pela chuva ou são atingidos por árvores? Será que o seguro veicular cobre o prejuízo do proprietário?

De acordo com os advogados que trabalham na área de Direitos do Consumidor, a resposta é afirmativa. Isso porque o plano que normalmente as seguradoras oferecem aos proprietários é o chamado seguro compreensivo. Esse tipo de apólice inclui a cobertura de danos que o veículo possa sofrer por causa de fenômenos naturais. Não apenas para os que tiveram os estragos causados pela água, como também os que foram atingidos por árvores, muros, encostas, etc. O proprietário terá também uma garantia se o seu automóvel for danificado por tempestades de granizo ou mesmo um raio.

LER O CONTRATO COM ATENÇÃO É O RECOMENDADO

Mas, como em qualquer outro contrato, é preciso se inteirar de tudo antes da assinatura. Sabendo que os fenômenos da natureza são possíveis de acontecer e nem sempre totalmente previsíveis, é necessário bastante cuidado para decidir sobre o plano. Antes da contratação, se informe sobre tudo com o corretor e tire suas dúvidas. Faça também uma leitura minuciosa do contrato, pois só assim saberá se de fato ele atende às suas necessidades e é o que você espera dele.

Pode a seguradora se recusar a cobrir o prejuízo?

Em determinadas situações, a seguradora pode se recusar a realizar o pagamento. Isso pode acontecer quando ficar evidente que o dono do veículo se expôs ao risco de forma consciente. Se o motorista insistiu em passar por uma rua tomada pela água, mesmo sabendo que essa atitude poderia danificar o seu carro ou o deixou em lugar que costuma sofrer com inundações, indicam que este foi negligente. Após a constatação do fato, ele pode perder o direito ao ressarcimento. Significa que ele escolheu assumir o risco.

COMO AGIR PARA RECEBER O SEGURO

De repente, você vê a rua tomada pela água e seu carro ali. Que atitude tomar neste momento?

O segurado deve entrar em contato com a operadora de seguros assim que o fato aconteça. Se o veículo tiver ficado submerso, será necessário esperar que a água escorra.

Para fazer a comunicação do ocorrido, use um dos canais que a seguradora disponibiliza para atender seus clientes. O cliente pode utilizá-lo a qualquer hora, já que eles estão à disposição durante as 24 horas do dia.

COMO É DEFINIDO O VALOR A SER PAGO

Na maioria das vezes, quando a água alcança a altura das janelas, a perda pode ser total. Nesse caso, podem ter sido comprometidos importantes sistemas como o eletrônico e o motor do veículo. O custo do conserto pode ficar acima de 75% do valor do automóvel, que é o máximo pago pelas seguradoras para reparo.

Para saber se o que vai ser pago é o reparo ou vai ser considerada perda total, o veículo será analisado pela empresa seguradora. Para isto, ela se baseará na tabela da FIPE, que através da pesquisa de preços do mercado, determina o valor médio de cada veículo. Após ter sido reparado o dano causado ao veículo, o cliente deve realizar o pagamento da franquia do seguro. Isso também acontece com os que tem seu carro envolvido em acidente de trânsito.

ALGUNS ACESSÓRIOS PODEM FICAR DE FORA

Apesar da seguradora se responsabilizar pelos danos ocorridos no carro, alguns itens que não estejam incluídos na apólice adquirida vão ficar de fora. Se tiver sido instalado um som diferente ou qualquer outro acessório que não está especificado na contratação, este não está coberto. Portanto, a empresa não considerará o item em sua avaliação.

CLIENTE INSATISFEITO COM O CONSERTO

Outro caso que pode acontecer é o reparo não ter sido realizado da forma que foi acertada. Nesse caso, é possível recorrer ao Procon para que o problema seja resolvido.

EM CASO DE NÃO HAVER O SEGURO, O QUE PODE SER FEITO?

Caso o proprietário do veículo danificado não tenha uma apólice de seguro, ele pode recorrer à justiça para ser ressarcido por seus danos. Diante dessa situação, é o Poder Público quem deve ser acionado. Se seu carro foi atingido por uma queda de árvore ou caiu em buraco do asfalto, por exemplo, é possível entrar com uma ação para que o município seja responsabilizado pelo prejuízo. Se o asfalto é de uma rodovia estadual ou federal, também pode haver o pedido de ressarcimento. A ação pode ser movida contra o responsável por sua administração. Claro que para isso será necessário reunir provas sobre o ocorrido.

Henri Silva

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