Venda da Fábrica irá encerrar as produções do F-350, F-4000, Cargo e Fiesta.
Conforme a agência Reuters, uma das principais fontes de notícias britânicas e considerada atualmente a maior agência voltada para o assunto do mundo, a montadora Caoa já estaria negociando a compra da fábrica da Ford, que anunciou o seu fechamento ainda durante este ano.
A brasileira, que já produz eficientemente os veículos da chinesa Chery e da coreana Hyundai, estaria de olho na sede da Ford em São Bernardo do Campo. No último dia 19 de fevereiro, a mesma oficializou que irá finalizar o trabalho, deixando desempregados aproximadamente 3 mil pessoas.
Em nota, a fabricante anunciou que, no ano de 2018, produziu apenas 12% dos carros e 19% dos caminhões de todo o total de que tinha capacidade de realizar na unidade. A fábrica de São Bernardo do Campo é tida como a mais antiga empresa em operação no setor no Brasil.
Caminhões comerciais na América do Sul
O fechamento da fábrica da Ford faz parte de um movimento com significado amplo. Isso porque a montadora busca, de forma contínua e em outros países, parar com a produção na América do Sul de caminhões comerciais pesados.
Para a marca, a decisão é um importante marco, principalmente se levando em conta a lucratividade sustentável e rentável de suas operações. Com isso, a mesma busca fortalecer a oferta, criando também experiências ainda mais positivas para todos os consumidores.
Até o momento, sabe-se que deixarão de ser vendidos no país, com o fim da produção da fábrica, os seguintes modelos: F-350, F-4000, Cargo e o Fiesta. Porém, essa não foi também uma decisão fácil. Em comunicado divulgado pela marca, somente foi tomada uma medida após vários meses em busca de alternativas que fossem viáveis, incluindo a venda da operação e a busca de parcerias. Todavia, com o grande volume de investimentos necessários para atender ao mercado e à toda a demanda, bem como os custos com os itens regulatórios, percebeu-se a inviabilidade de manter o negócio.
Em termos de despesa com a saída, a montadora já prevê a necessidade de um valor de cerca de R$ 1,7 bilhão para o encerramento das atividades. São contados, entre os gastos, valores referentes à compensação dos funcionários demitidos, amortização de ativos fixos e depreciação acelerada, entre outros.
Doria: Suporte na negociação
O governador do Estado de São Paulo, João Doria, prometeu colaborar e dar todo o suporte para encontrar o melhor comprador para a fábrica. Segundo Doria, em um pronunciamento sobre o assunto na última terça-feira, dia 26 de fevereiro, já há três companhias interessadas na negociação. Porém, o mesmo não citou nomes e espera que o assunto se resolva de forma eficiente e rápida.
De acordo com a Reuters, não foram feitos comentários por parte do governo paulista sobre as negociações da Caoa com a Ford. Ainda, um dos representantes oficiais da Ford negou sobre o assunto de que a Caoa tenha feito uma abordagem diretamente com a montadora para a compra da fábrica.
Compra da Hyundai e Chery
A Caoa teve início como uma cadeia que comportava concessionárias. Nos últimos anos, a mesma foi expandindo-se rumo à fabricação de automóveis. Desde 1999, ela é a importadora exclusiva da marca Hyundai em terras brasileiras.
Em novembro de 2017, a mesma também adquiriu metade das operações da Chery por aqui, aumentando ainda mais o seu patrimônio. A Caoa comprou metade da chinesa no Brasil, anunciando, na ocasião, um investimento a longo prazo de US$ 2 bilhões, aproximadamente R$ 6,5 bilhões na cotação da época.
Nos dias atuais, a Caoa possui diversas lojas das marcas Subaru e Hyundai e, ao mesmo tempo, se destaca na distribuição da Ford no país. São duas as fábricas da empresa no Brasil, sendo uma localizada na cidade de Anápolis, em Goiás, e a outra em Jacareí, São Paulo. Na sua soma, elas possuem uma grande capacidade de produção por ano. Têm-se notícia, portanto, de que são feitos, por ano, 136 mil carros.

Kellen Kunz