A diminuição nas vendas de automóveis fez com que algumas montadoras tomassem medidas drásticas. É o caso da Ford, que frente ao cenário desanimador, decidiu afastar 424 funcionários da unidade de Taboão, bairro de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O afastamento começou na segunda feira, doa 23 de fevereiro e é uma aposta para que a companhia se ajuste a produção e a demanda do mercado.
Segundo a montadora, a medida é temporária. Somente em janeiro, a queda de vendas nacional foi de 18,8% e as preliminares de fevereiro apontam um recuo de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. Situação semelhante é vivida por outras montadoras atuantes no país. Tudo é resultado das medidas tomadas pelo governo e pela contenção do consumo da população, que está receosa em comprar.
Unidade fabril da Ford em Taboão é responsável pela produção de automóveis e caminhões. A linha do New Fiesta é a principal produzido na unidade e será a mais afetada. Lá serão produzidas 44 unidades por hora, frente aos 55 que eram produzidas antes da crise. Os caminhões também passarão de 17 unidades por hora para 14 unidades/hora, com a medida.
Os 424 funcionários afastados por tempo indefinido não estão no sistema de suspensão temporária de contrato de trabalho. Dessa forma, este período de ausência será descontado do seu banco de horas, gerando um salário menor que os meses anteriores. Lembrando que a medida é uma alternativa as demissões.
A indústria automobilística como um todo vai mal. Segundo perspectivas do setor para 2015, as montadoras irão atuar com pouco mais da metade da sua capacidade de produção. Segundo um estudo feito pela Tendências Consultoria, o setor irá operar com apenas 53% de sua capacidade, passando de 4,8 milhões unidades para 3 milhões. Para 2016 este cenário poderá mudar muito pouco se não houver medidas de incentivo por parte do governo.
Ana Rosa Martins Rocha
