A Comissão de Comércio e Energia do Congresso dos Estados Unidos realizou nesta terça-feira (1º/04) uma audiência pública para ouvir a presidente global da General Motors, Mary Barra.
A executiva teve que responder, por mais de duas horas, perguntas dos parlamentares americanos sobre o caso de defeito da ignição em mais de dois milhões de carros americanos antigos. Barra se disse arrependida de não ter feito o recall dos veículos e falou frases como "voltaria o tempo se pudesse" e "buscar um meio de compensar as famílias" de vítimas fatais.
A CPI, além de ouvir a presidente, vai analisar se a GM ocultou a falha dos consumidores por questões financeiras. A dúvida surgiu após vir a público a informação de que a empresa conhecia o defeito dos miolos de ignição desde 2001 e teria emitido boletins de serviço aos revendedores em 2005 pedindo soluções, contudo a empresa concretizou a solução, realizando recall somente há dois meses. A suspeita é de que a empresa postergou a decisão de convocar o recall só este ano para não se desvalorizar na bolsa de valores em meio à crise financeira de 2008/2009.
"Não é aceitável monetizar questões de segurança", afirmou Barra ao Congresso americano. "É inaceitável (a solução dada pela empresa à época), mas não é como fazemos negócios na GM atualmente", concluiu.
E além de arcar com os gastos com as famílias das vítimas, a GM poderá pagar multas pesadas por sua omissão ao caso. De acordo com um jornal norte-americano, o deputado democrata Henry Waxman, da Califórnia, deve reapresentar um projeto de lei que aumenta o valor das multas por atraso de recalls dos atuais US$ 35 milhões (média de R$ 80 milhões) para US$ 200 milhões (cerca de R$ 450 milhões).
Mary Barra afirmou ainda no seu depoimento no Congresso americano que a GM trabalha desde a última sexta-feira pela definição correta "das responsabilidades da companhia". E ainda disse que “A GM quer fazer a coisa certa e tem responsabilidade moral no caso”.
Por Carolina Miranda
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Foto: Divulgação