O setor de veículos automotores é dos mais rentáveis para o país e às empresas diretamente envolvidas. O grande trunfo do segmento aconteceu em pelo menos cinco meses de 2010 em função de uma combinação de fatores oriunda de governo, com medidas de isenção de impostos, consumidores, com aumento de renda e de profissionais no mercado de trabalho, e montadoras, com promoções e facilidades de pagamento.
Este ano é, e será, um pouco diferente a pequena parcela do setor, pois o governo decidiu impor barreiras à importação de carros. Tal decisão foi criticada parcialmente pela Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), que considera a medida inviável do modo como foi concebida.
A associação pondera ser positiva a aplicação do sistema de liberação não-automática de carros da vizinha Argentina, pois esse país adota medidas protecionistas contra produtos tupiniquins, mas contra outras nações definitivamente não concorda. Para elucidação, dados da Abeiva apontam que quase 51,7 mil unidades de suas associadas foram vendidas pelo Brasil, ou seja, menos de 5% do total de todo o mercado e de 21,15% do total de automóveis importados.
O pano de fundo da história é justamente afetar a Argentina. Há alguns meses, os hermanos adotaram medidas protecionistas contra produtos brasileiros similares aos produzidos por lá. Até Cristina Kirchner teve de intervir. Os embates no futebol, pelo visto, parecem ser muito menos comuns se destacados os campos econômico e político, uma vez que situações como essa ocorrem de tempos em tempos.
Por Luiz Felipe T. Erdei
Fonte: Estadão